segunda-feira, 27 de junho de 2011

Poeira

Eu não nasci lá.
Não vivo lá.
Não tenho grandes amigos lá.
O lá eu só conheço de nome.
Talvez tenha sim, ido algumas vezes.
Mas não criei raízes.
Tenho um ou outro pra quem ligar.
Conheço dois ou três que vão vir me visitar.
Sabe o que mais? Estou errada,
São só teorias vindas de um relativismo
Que esse meu humor de fim de tarde me proporcionou.
Posso não ser de lá mesmo.
Mas estou de coração.
Até porque não é longe.
E tantos fazem isso...
Que até me parece fácil.
Então minha mudança está quase pronta.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Em dias assim


Ei, diga ao seu melhor amigo que eu o conheço.
Diga a atendente o quanto gosta de café (céus, café!).
Olhe a paisagem, sentado em um quiosque do parque.
Eu não sei por que você não cai logo no mar.
Aproveite o sol e vá dar um mergulho.

Por que não podemos esquecer isso?
Pedi pra não fazermos planos, você não me ouviu.
Por que eu não posso simplesmente juntar meus discos, livros, pedaços e ir?
Não estou te deixando.
Então não se assuste ao ler o recado que deixei na mesa.

Ei, deixe que ele responda.
Aquelas músicas não saem da minha cabeça.
Mas também não me importo.

A brisa leve se transformou em uma ventania,
Por isso agora sinto frio.
É algo sobre o jeito que tudo se transformou.
(que me faz sentir medo).
“I have these dreams I'm walking home
Home where it used to be
Everything is as it was
Frozen in front of me”

domingo, 19 de junho de 2011

Às vezes sinto uma saudade.

Houve um tempo em que se esbaldava felicidade, as coisas tinham mais sabor.
Pintar o céu de laranja era bem mais fácil...
Avistar o pôr-do-sol era uma proeza digna de palmas.
Tornar da vida um espetáculo...
Fugir do drama e abraçar a comédia eram como balançar em diversão no carrossel.
Até que tudo perdeu a leveza. O que mais se podia fazer?
Pelo jeito eles não encontraram a solução.
Por isso caminhamos em meio às pedras e tudo virou normal, banal, casual.
Nada mais se apresenta como corriqueiro. Não existe mais atenção.
“Pra que olhar nos olhos?” (ele diz)
Como nos esquecemos disso?
Como deixamos escapar pelas nossas mãos?
Nos tornamos fracos exibindo a ferida. Esperando, pois sabemos que vai passar.
Essa é a única cura.
Em meio a isso tudo:
(eu)
Reparei que não te conheço bem, de gancho em gancho vou lendo seu texto.
O estranho é pensar que você me conhece bem mais do que possa parecer.
E assim de mansinho vou compreendendo sua prosa.

Ei!

“Pularemos então a parte do tudo bem. Você concorda? Afinal já nos conhecemos bastante pra isso... pura bobagem, só perda de tempo. Vamos ao que interessa?” A moça jovem terminou de falar e um longo silêncio tomou conta do local. Perceberam que não tinham tanto em comum como imaginavam. Duro e difícil de acreditar. Só a verdade.

sábado, 18 de junho de 2011

Depois do Café da Manhã

E o que habita o coração (pare com isso) nem sei o que você cursa, pode ser administração? Ou não. Vê se descomplica. Faça-me um favor disfarça esse seu olhar, que eu vou sorrir sem querer. Em seu ultimo passo até continuar a seguir teu caminho olhe praquela foto 3x4 que guarda no bolso esquerdo do jeans.
Perdi a hora, mas ainda dá tempo. Nem sei se faz diferença. Se isso for resolver, como sempre você sai primeiro. Vai ali à padaria pra mim e compre um sonho de chocolate. O vento varre a tarde e ainda temos o dia todo.

domingo, 12 de junho de 2011

Sábado 1

São sete dias consecutivos.
Entre um sábado e outro, nós esperamos.
Três meses para nos vermos novamente.
Aí sim, serão:
168 horas consecutivas aguardando.
Entre um livro tolo
Entre um rock e outro.
Quando eu vivo esse encontro,
Eu digo adeus
Refaço os meus planos
Pra rimar com os seus

Abandono o que é pronto
E digo adeus
Eu trago os meus sonhos
Pra somar aos seus
Móveis Coloniais de Acaju.